Creio em
Deus Pai Todo Poderoso
Posted by Denis
Monteiro in REFLEXÕES TEOLÓGICAS
Por Denis Monteiro
O Credo Apostólico,
segundo alguns estudiosos, é um dos documentos mais antigos que temos na
história da igreja – datado do 2º século, e é de onde tiramos a frase que
intitula este artigo.
Eu pretendo, de
forma breve, analisar algumas doutrinas implícitas em cada parte que compõe o
documento. O Credo pode ser dividido em três partes, que mostram uma confissão
clara na doutrina da Trindade: Creio em Deus, Creio em Jesus e Creio no
Espírito.
Na primeira parte o Credo resume de
forma simples e profunda quem é Deus.
– Deus é Pai
– Deus é Todo Poderoso
– Deus é criador do céu e da terra
– Deus é Todo Poderoso
– Deus é criador do céu e da terra
1. Deus é Pai
Algumas pessoas influenciadas por
teologias fracas, direta ou indiretamente, creem que Deus é Pai de todos (um
tipo de Odim). A Bíblia mostra que Adão foi criado à imagem de
Deus, logo toda a humanidade possui a imagem de Deus (Tg 3.9). Com a queda de
nossos primeiros pais, toda a humanidade perdeu a comunhão com Deus, sendo Deus
o nosso inimigo número um. Os textos abaixo mostram que, antes de sermos
adotados, não éramos filhos de Deus:
“Em que noutro tempo andastes segundo o
curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que
agora opera nos filhos da desobediência.” Ef 2.2 (ênfase
acrescentada)
“… éramos por natureza filhos
da ira, como os outros também.” Ef 2.3c (ênfase acrescentada)
“Vós tendes por pai ao diabo,
e quereis satisfazer os desejos de vosso pai.” Jo 8.44a (ênfase
acrescentada)
Essas três passagens do Novo
Testamento mostram enfaticamente de que todos quantos vivem debaixo do pecado
não são filhos de Deus. Jesus em João 8.42 diz, “se estes que são
filhos do Diabo, fossem filhos de Deus eles amariam a Cristo. Uma das
provas que podemos ver se alguém é filho de Deus, é ver se esta pessoa vive a
cada dia amando a Cristo. Amando não da boca para fora, mas sabendo quem Ele
era e é, e o que Ele fez na cruz em favor de muitos. Uma vida de amor por
Cristo, é uma vida de submissão, assim como a mulher é submissa ao seu marido.
Como o pecador pode se tornar filho
de Deus?
Somente pela
adoção. A adoção, segundo J.I Packer, é transformar o seu povo em seus
filhos.[1] A adoção é o coroamento da justificação (o ato pelo qual Deus, o
Juiz do Mundo, nos aceita). Por intermédio da morte de Cristo fomos resgatados
para que recebêssemos a adoção de filhos (Gl 4.4,5). O termo adoção, descrito
por Paulo em Gálatas 4, mostra claramente que nós não éramos filhos de Deus.
Aqueles que são adotados são os
mesmos que são nascidos da vontade de Deus (Nasceram de novo – Regeneração), “Mas,
a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a
saber, aos que crêem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da
vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.” (João
1.12-13). E assim, somos herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo (Rm 8.17).
As evidências da nossa filiação
Guiados pelo Espírito – “Pois
todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus.” (Rm
8.14).
Ser guiado pelo
Espírito de Deus, neste caso, não quer dizer que Deus me levou a aceitar aquele
emprego, ou aquele ou aquela namorada. Quando o Espírito nos guia, o caminho
pelo qual Ele nos conduz é o caminho da justiça para a santificação. Ele
inclina o nosso coração a servir a Deus, a ter fome e sede para obedecer a
Cristo.
R.C. Sproul diz:
“Não é uma questão de
biologia, mas de obediência. Somos filhos daquele a quem obedecemos e, se
obedecemos à concupiscência da carne, se obedecemos às tendências de Satanás,
então somos filhos do diabo, não de Abraão ou de Deus. É por isso que Paulo diz
que aqueles cujas vidas são dirigidas pelo Espirito de Deus são filhos de Deus,
eles seguem e obedecem àquele que os leva ao caminho de Deus.” [2]
Testemunho interno do Espírito – “O
próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus.” (Rm
8.16)
O meio pelo qual o
Espírito testifica que somos filhos de Deus não é de modo místico ou algo
sussurrado em nossos ouvidos: “Calma, você é um dos nossos”. O meio pelo qual o
Espírito testifica é com, e através, da Palavra de Deus. Se quisermos ser
guiados pelo Espírito de Deus, mergulhemos na Palavra dEle. Ela é a lâmpada
para nossos pés e a luz do nosso caminho (Sl 119.105).
Fruto do Espírito – “Nisto
são manifestos os filhos de Deus e os filhos do diabo: todo aquele que não
pratica justiça não procede de Deus, nem aquele que não ama a seu irmão.” (1
Jo 3.10)
Paulo exorta em
Gálatas 5.25 de que devemos andar no Espírito, e versos antes mostra que o
Espírito produz fruto. Logo, a nossa vida, constantemente, deve ter como
amostra de que andamos no Espírito e somos filhos de Deus, o fruto descrito em
Gálatas 5.22,23.
Obediência – “Porque
qualquer que fizer a vontade de meu Pai celeste, esse é meu irmão, irmã e mãe.” (Mt
12.50)
Aqueles que obedecem a Deus, estes,
segundo Jesus Cristo, fazem parte da família de Cristo. Porque no último dia
muitos dirão que “profetizaram, expulsaram demônios e que fizeram várias
maravilhas”. E Cristo lhes dirá abertamente “nunca vos conheci,
apartem-vos de mim, os que praticais a iniqüidade.” (Mt 7.22,23). A
vontade de Deus está revelada em Sua própria Palavra, obedeçamos.
Comunhão integral – “o que temos
visto e ouvido anunciaram também a vós outros, para que vós, igualmente,
mantenhais comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho,
Jesus Cristo”. (1 Jo 1.3)
Se somos filhos de
Deus então somos irmãos de Cristo, o nosso Senhor. Logo, todos quantos foram
comprados por Cristo são nossos irmãos. Portanto, temos que desenvolver essa
comunhão com Deus e Cristo em nossa união fraterna como igreja, corpo de
Cristo. Pois não há sentido de que um membro viva fora do seu corpo, que é
Cristo.
São disciplinados por Deus – “porque o
Senhor corrige a quem ama e açoita a todo filho a quem recebe”. (Hb 12.6)
Os filhos de Deus,
quando pecam, são disciplinados por Deus para que abandonem os seus pecados e
se arrependam, para que se tornem participantes de sua santidade (Hb 12.10).
Todas as vezes que Deus nos corrige, não nos corrige porque Ele é sádico ou
vingativo, mas porque Ele quer que sejamos recuperados. O fato de Deus nos
corrigir mostra o quanto Ele nos ama, pois se não nos amasse Ele não corrigiria
os nossos pecados, mas nos lançaria no inferno após pecarmos contra Ele.
Que o nosso entendimento da
disciplina de Deus seja como a do salmista: “Foi-me bom ter eu passado pela
aflição, para que aprendesse os teus decretos” (Sl 119.71).
E assim podemos
entender o que diz a pergunta 33 do Catecismo de Heidelberg:
“Por que é Ele
chamado Filho UNIGÊNITO DE DEUS, se nós também somos filhos de Deus?”
Resposta: “Porque só
Cristo é o Filho eterno de Deus, ao passo que nós, por sua causa, e pela graça,
somos recebidos como filhos de Deus”.
2. Deus é Todo Poderoso
Ao invés de tratar
do título “Todo Poderoso”, tentarei tratar de um tema muito complicado: o
problema do mal.
Sei que é difícil
tratar deste tema, mas creio que vale algumas reflexões sobre o assunto.
O famoso dilema se
mostra assim:
1. Se Deus é onipotente, ele
pode impedir o mal.
2. Se Deus é bom, ele quer impedir o mal.
3. Mas o mal existe.
Conclusão: Ou Deus não é onipotente, ou não é bom.[3]
2. Se Deus é bom, ele quer impedir o mal.
3. Mas o mal existe.
Conclusão: Ou Deus não é onipotente, ou não é bom.[3]
Como um Deus Todo
Poderoso, como mostra a Escritura e testifica o Credo, pode permitir que o mal
moral exista? Estas são algumas das posições mais defendidas por alguns sobre
este dilema:
Defesa da não realidade do mal
Essa defesa, em sua
maioria, parte de religiões orientais (p.e. budismo e ciência cristã). Eles
pregam que o mal é uma ilusão. Mas, biblicamente e logicamente, não podemos
sustentar esse argumento. Pois, se o mal é uma ilusão, logo, será uma ilusão
problemática, que porta dor, sofrimento e morte. Se o mal é uma ilusão, logo, o
que diz Isaias sobre a morte de Cristo, o qual sofreria por nossos pecados, é
uma ilusão. Sendo assim, não temos nenhuma confiança em Cristo, mas não é isso
que a Bíblia mostra.
Defesa da fraqueza divina
Essa posição,
atualmente, pode ser vista pelos teólogos do processo ou teísmo aberto. Tais
teólogos defendem que Deus não é onipotente, onisciente e/ou soberano. Então,
partindo deste ponto de vista, eles entendem que Deus se esforça para bloquear
o mal, mas não consegue. Porém, biblicamente, não é esse o testemunho. A Bíblia
mostra que Deus é onisciente (Sl 139; Hb 4.11-13; Is 46.10; 1Jo 3.20),
onipotente (Sl 115.3; Is 14.24,27; 46.10; 55.11; Lc 18.27); e soberano (Rm
11.33-36; 1Tm 6.15-16). Então, usar tal argumento para resolver o problema é
irônico. Como crer que um deus fraco, pode fazer com que resolva este problema?
Defesa do melhor mundo possível
Alguns filósofos
têm argumentado que o mal neste mundo é nada menos que o mundo melhor que
Deus poderia criar. Para esta visão o mal seria necessário para atingir certos
fins bons. Por exemplo, o fato de haver o sofrimento é para que haja compaixões
pelos sofredores. O problema é que Deus é eterno e seus atributos sempre o
acompanharam, logo, Deus, mesmo sem o mal, seria compassível. Outro problema é
que o texto sagrado nos relata que a criação era boa mesmo sem a presença do
mal. Portanto, a presença do mal não tornaria nada perfeito, até porque, no
novo Céu e nova Terra não haverá a presença do sofrimento e será um estado
eterno de gozo na presença do nosso Senhor.
Defesa do livre arbítrio
A defesa do livre
arbítrio é a mais comum que você já ouviu ou ouvirá. Os defensores desta
posição dizem que o mal veio pela livre escolha das criaturas racionais, onde
que, em nenhum momento a escolha era pré-ordenada por Deus. Em certo sentido, o
homem pode fazer suas escolhas. Mas essas escolhas são de acordo com os
desejos e circunstâncias de cada um, quer sejam santos ou ímpios.
Portanto essa liberdade não é libertária, mas causada por algo que a
influenciou, até mesmo sendo determinada por Deus.
Esse é o testemunho
da Escritura, ela mostra com frequência Deus determinando nossas livres
escolhas e até mesmo más escolhas (cf. Gn 50.20; 2Sm 24.1; Pv 16.9; Lc 24.45;
Jo 6.44, 65; At 2.23,47; 11.18; 13.48; 16.14; Rm 8.28 – 9; Ef 1.11; 2.8-10; Fp
1.29).
Defesa da construção de caráter
A quinta defesa trabalha o argumento
de que o homem foi criado em um estado de imaturidade moral e que tais
sofrimentos fariam com que ele desenvolvesse tal maturidade. É bem verdade que
o sofrimento pode ser um modo de aperfeiçoamento, como mostra Hebreus 12. Mas o
texto trabalha com pecadores redimidos – uma situação um tanto diferente.
Segundo as escrituras mostram, quando Deus criou o ser humano, Ele conclui o
sexto dia dizendo que “era MUITO bom”, portanto, não havia imaturidade
nisso, mas a imperfeição veio com a queda (Gn 3.17). E, por fim, é bem claro na
Escritura que nem todo sofrimento irá construir caráter, a nossa santificação é
por intermédio da ação do Espirito Santo juntamente com os meios de graça.
Essas foram algumas
respostas a este problema. Mas, será que existe uma resposta que podemos
utilizar? Na verdade, eu não conheço uma resposta satisfatória, porém, a partir
de minhas leituras, entendo que podemos ver o mal da seguinte forma.
A Confissão de Fé de
Westminster, diz:
“Desde toda a
eternidade, Deus, pelo muito sábio e santo conselho da sua própria vontade,
ordenou livre e inalteravelmente tudo quanto acontece, porém de modo que nem
Deus é o autor do pecado, nem violentada é a vontade da criatura, nem é tirada
a liberdade ou contingência das causas secundárias, antes estabelecidas”.
(III.I)
Ou seja, mesmo que Deus tenha
ordenado tudo quanto existe, Deus não é o autor do mal e é isso que diz a
Escritura, quando diz o profeta que “Tu és tão puro de olhos, que não podes
ver o mal” (Hc 1.13). E assim podemos formar um silogismo cristão:
• Premissa 1: Deus é todo-bom
(onibenevolente)
• Premissa 2: Deus é todo-poderoso (onipotente)
• Premissa 3: Sofrimento e mal existem
• Premissa 2: Deus é todo-poderoso (onipotente)
• Premissa 3: Sofrimento e mal existem
Conclusão: Deus
deve ter tido boas razões para permitir o mal e o sofrimento. Pois, é visto
pelo testemunho escriturístico que Deus usa o mal e o sofrimento para alcançar
um bem maior, mesmo que não saibamos qual é a razão. E assim a denominamos de a
Defesa do Bem Maior.
O texto paulino diz que “tudo
coopera para o bem de quem ama a Deus” (Rm 8.28). Então, alegar que a
presença do mal no mundo é boa, pode ser válido. Porque até mesmo algumas
vezes, temos que passar por algum mal, sermos afligidos com dor por um bom
propósito: cirurgia para uma cura, punições em crianças para discipliná-las.
Portanto, talvez Deus tenha um bom propósito em permitir o mal.
A defesa do bem
maior parte da nossa base sólida de argumentação, as Escrituras. E as
Escrituras nos mostram que Deus usa o mal de forma positiva, como nos mostra
John Frame:
Para provar os seus
servos (Jó; 1Pe 1.7; Tg 1.13), para discipliná-los (Hb 12.7-11), para preservar
a vida deles (Gn 50.20), para ensinar paciência e perseverança (Tg 1.3-4), para
redirecionar a sua atenção para o que é mais importante (Sl 37), para
capacitá-los a consolar e fortalecer outras pessoas (2Co 1.3-7), para
habilitá-los a dar vigoroso testemunho da verdade (At 7), para dar-lhes maior
alegria quando o sofrimento é substituído pela glória (1Pe 4.13), para julgar
os ímpios tanto no decorrer da história (Dt 28.15-68), como na vida por vir (Mt
27.41-46), para recompensar os crentes perseguidos (Mt 5.10-12) e para
manifestar a obra de Deus (Jo 9.3; cf. Êx 9.16; Rm 9.17). [4]
As Escrituras lidam
com o problema do mal de forma teocêntrica, porque todas as vezes que a objeção
do mal no mundo é levantada, é devido a questão que a humanidade supostamente
ser boa. O propósito primário e último da nossa existência é “glorificar a Deus
e gozá-lo para sempre”. Claro que a Bíblia não proíbe a felicidade humana, mas
esta felicidade deve ser para a glória de Deus.
E, por que é
teocêntrica? Porque o único inocente que existiu e existe foi tratado como
pecador, mesmo sem cometer nenhum pecado, e o mesmo morreu no lugar dos filhos
de Deus. Em Cristo, a ira de Deus, por causa da maldade humana é derramada na
cruz.
Deus rege este mundo em seus padrões
e temos que definir o que seria o nosso conceito de bondade. Nisso, cremos que
Deus é o absoluto moral, e se o incrédulo trata o problema do mal, nós tratamos
do problema do bem. Primeiro como um incrédulo, que não crê em Deus, sabe o que
é o bem e o mal? Se não há absolutos, ele não saberá o que é realmente bem e
mal. E esse é o problema que o incrédulo pode enfrentar, pois mesmo com o mal
existente há pessoas que desenvolvem habilidades e dons maravilhosos, os quais
foram concedidos por Deus, o que chamamos de graça comum. “O Senhor é bom
para todos, e as suas misericórdias são sobre todas as suas obras” e “Abres
a mão e satisfazes de benevolência a todo vivente” (Sl 145.9,16). Ou seja,
como pode haver pessoas com dons, talentos e aptidões em um mundo mal?
Então, a minha conclusão sobre a
defesa do bem maior é que, certamente, o bem que Deus dá e tem a revelar no
último dia é bem maior e maravilhoso do que os males que temos visto, porque “a
nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória, acima
de toda comparação” (2Co 4.7). De modo maravilhoso na vida de José, Deus
agiu providencialmente para extrair o bem do mal, quando isso parecia uma
impossibilidade total, nós não poderíamos confiar que Deus extrairá bem dos
restantes de males que vivenciamos?
3. Deus é criador dos céus e da terra
A minha explicação
aqui não é sobre como surgiu o mundo, criacionismo ou evolucionismo. Mas para
que Deus criou este mundo, e tal descrição será pelo viés bíblico, partindo do
Senhor como um Senhor pactual.
A Escritura revela
que todas as coisas foram criadas em Cristo e para Cristo. Deus estabeleceu formas
de como a humanidade deveria se portar diante do seu Criador.
No livro de Gênesis temos o que
chamamos de mandatos pactuais, assim como a criação nos mostra que
devemos adorar a Deus somente, Deus nos criou para um relacionamento pactual
cúltico com Ele (Mandato Espiritual), um relacionamento entre a família
que glorifique a Deus (Mandato Social) e que a nossa cultura, arte e
trabalho sejam para a glória de Deus (Mandato Cultural).
Mandato Espiritual – Deus criou
Adão e Eva como nossos primeiros pais, à sua imagem e semelhança. Este mandato
envolve um relacionamento com o Deus que nos fez a Sua imagem (Gn 1.26). Uma
paz entre Ele e suas criaturas, o qual, também, estabeleceu um dia de descanso
de nossas obras para dedicarmos inteiramente a Ele em santidade.
Mandato Social – Deus ordena
aos nossos primeiros pais que eles deveriam ser fecundos, que o homem deve ser
a cabeça e que a mulher seria a auxiliadora.[5] Este mandato que envolve um
relacionamento não só com Deus, envolve também a família que por Deus fora
criada – a liderança dos pais em saber guiar as suas famílias, segundo a ordem
de Deus.
Mandato Cultural – A palavra
“cultura” tem a mesma raiz de “cultivar”, a qual aparece em Gn 2.15 na ordem
dada por Deus à Adão que ele deveria “cultivar a terra”. Este mandato tem como
sentido tirar da terra o seu cultivo, não só na forma de trabalho braçal, mas
nas artes, ciência, música e etc.. Ou seja, tudo aquilo que envolve cultura.
Mas, com a queda de
nossos primeiros pais, este relacionamento é quebrado, fazendo com que todos
estes mandatos fossem danificados. O homem já não consegue adorar a Deus
realmente, porque passou a ser idólatra, criando para si deuses, vivendo em
guerra com sua família, fazendo que pais matem os filhos e os filhos matem os
pais, e seu trabalho juntamente com sua cultura, foi danificado e penoso, a
terra foi amaldiçoada por causa dele.
Assim como em Cristo e para Cristo o
mundo é criado, o é também na nova criação, o qual eu chamo de parte um.
Paulo usa o exemplo da criação em Gn 1.3 para falar da luz que Deus fez
aparecer em nossos corações enegrecidos pelo pecado: “Porque Deus, disse que
das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações, para
iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo” (2
Co 4.6). Assim, podemos ver que a nossa salvação é parte do ato criativo de
Deus, pois somos chamados de “nova criatura” (2 Co 5.17). E, da mesma
forma que Deus criou o homem (humanidade) à sua imagem, recria os crentes à
imagem de Cristo (Rm 8.29). Assim como por sua Palavra Ele criou e
sustenta todas as coisas (Sl 33.6,9), também, por sua Palavra, doa-nos a fé
para cremos em Cristo (Rm 10.17; Ef 1.13).
A nossa transformação pela graça de
Deus é apenas o começo dos novos céus e nova terra (parte dois e
última) (Is 65.17-18; 66.22; 2Pe 3.10-13; Ap 21.1-4) nos quais habita a justiça
de Deus. Os crentes são o princípio da obra redentora de Deus (Cl 1.20) que
resultará na consumação final, porque a presente criação como demonstrou acima,
foi amaldiçoada pela queda do homem (Gn 3.16-19),
“Porque a ardente expectação da
criatura espera a manifestação dos filhos de Deus. Porque a criação ficou
sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou, na
esperança de que também a mesma criatura será libertada da servidão da
corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus” (Rm 8.19-21).
Crer que Deus é o
criador dos céus e da terra é crer que o mesmo Deus nos fez novas criaturas,
por intermédio de Seu Filho, para que vivamos nos Novos Céus e Nova Terra.
Pois, de forma pactual, Cristo derrama seu sangue, o sangue da nova aliança,
para fazer de dois um só povo.
Conclusão
O Credo dos
Apóstolos é um documento muito importante para a instrução da fé cristã e um documento
que permanece atualizado, do qual podemos tirar várias lições. Ele começa de
forma maravilhosa, mostrando e exaltando a Deus, nos dando o exemplo de como
deve ser a nossa vida – crendo que Deus é Soberano sobre tudo e todos; um Deus
amoroso que criou todas as coisas para o louvor de Sua glória. Mundo este o
qual Deus tem total controle e, misericordiosamente, age graciosamente com
todos os seres humanos, mesmo que alguns não façam parte de Seu rebanho, Deus é
misericordioso.
Coloquemos a nossa
confiança neste Deus e Pai Todo Poderoso que criou os céus e a terra.
__________
Notas:
[1] PACKER, J.I., Teologia Concisa. 2.ed. – São Paulo: Cultura Cristã, 2004, p. 147.
[2] SPROUL, R.C., Estudos expositivos em Romanos – São Paulo: Cultura Cristã, 2011, p.243
[3] FRAME, John. A doutrina de Deus. – São Paulo: Cultura Cristã, 2013, p.136
[4] Ibid., 143
[5] Algumas cristãs feministas criticam o termo auxiliadora, alegando que tal título menospreza a mulher. Mas o que elas não sabem que o titulo “auxiliadora” é aplicado à mulher e depois a Deus (cf. Sl 33.22; 38.33). Ou seja, quando a mulher cumpre o seu papel de auxiliadora ela cumpre um papel que se refere à imagem de Deus.
Via Napec Apologética Cristã
Notas:
[1] PACKER, J.I., Teologia Concisa. 2.ed. – São Paulo: Cultura Cristã, 2004, p. 147.
[2] SPROUL, R.C., Estudos expositivos em Romanos – São Paulo: Cultura Cristã, 2011, p.243
[3] FRAME, John. A doutrina de Deus. – São Paulo: Cultura Cristã, 2013, p.136
[4] Ibid., 143
[5] Algumas cristãs feministas criticam o termo auxiliadora, alegando que tal título menospreza a mulher. Mas o que elas não sabem que o titulo “auxiliadora” é aplicado à mulher e depois a Deus (cf. Sl 33.22; 38.33). Ou seja, quando a mulher cumpre o seu papel de auxiliadora ela cumpre um papel que se refere à imagem de Deus.
Via Napec Apologética Cristã
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