Deus
Ama Todo o Mundo?
Martyn
McGeown
Tradução: Felipe
Sabino de Araújo Neto1
Rev.
Derek Dunn, no Ballymena Times (15 February, 2006), repetiu o
mito
que Deus ama todo o mundo. Deus ama o mundo, mas na Escritura isso
raramente
significa toda a raça humana (João 7:4; 12:19; Atos 17:6; 1Co.
11:32).
No Antigo Testamento, Deus amava somente a nação de Israel (Dt.
7:7),
mas mesmo então nem todo israelita, pois “nem todos os que são de
Israel
são israelitas” (Rm. 9:6). No Novo Testamento Deus ama pecadores de
todas
as nações, por conseguinte o termo “mundo”. O que é geralmente
negado
é que Deus odeia alguns pecadores, tanto eles como os seus pecados.
Por
exemplo, Deus odiou Esaú (Rm. 9:13) e ele “odeia a todos os que
praticam
a maldade” (Sl. 5:5).
Cristo
veio para salvar somente aqueles a quem Deus ama, não Judas,
Herodes,
Pilatos ou outros “cujos nomes não estão escritos no livro da vida,
desde
a fundação do mundo” (Ap. 17:8). Antes, Cristo veio para salvar
aqueles
que o Pai tinha lhe dado (João 6:37-39; 17:2). Cristo, “como havia
amado
os seus, que estavam no mundo, amou-os até o fim” (João 13:1), não a
todos
no mundo. Em Cristo, pecadores eleitos são amados (Ef. 1:4-6), mas
fora
de Cristo, pecadores são odiados por Deus, pois Deus “não tem prazer
na
iniqüidade” (Sl. 5:4), mas “ama a justiça” (Sl. 11:7). Cristo em amor morreu
por
suas amadas ovelhas, mas não morreu nem orou pelos bodes (João 10:26-
27;
17:9).
O
amor de Deus é eficaz. Ele salva de fato os objetos de seu amor.
Deus
busca aqueles a quem ama, e faz com que os recipientes desse amor O
amem
(1 João 4:19). Visto que Deus não é obrigado a amar ninguém, mas
escolhe
livremente a quem amará, o homem não pode se queixar (Rm. 9:13-
20).
Ensinar que Deus ama todo o mundo (mesmo aqueles que terminam no
inferno)
é roubar o filho de Deus do conforto e é “encorajar os ímpios a não
se
desviarem dos seus maus caminhos para salvarem a sua vida” (Ez. 13:22,
NVI).
Alguns
podem perguntar: se Deus não ama todo o mundo, por que a
Bíblia
usa linguagem universal, tais como o Senhor não “quer que nenhum
pereça”
(2 Pedro 3:9, RA) ou “todo aquele que invocar o nome do SENHOR
será
salvo” (Rm. 10:13). Tais objeções desconsideram o contexto e mostram
ignorância
da linguagem. Freqüentemente usamos linguagem universal.
Quando
o professor pergunta, “Todo o mundo tem uma caneta?”, ele quer
2
dizer
apenas a sua classe. Quando um pai diz, “Todo o mundo entre no
carro!”,
ele refere-se somente à sua família.
Considere
Mateus 10:22 (“odiados de todos sereis”), João 3:26 (“e todos
vão
ter com ele”), Atos 19:19 (“trouxeram os seus livros, e os queimaram na
presença
de todos”) e Romanos 16:19 (“quanto à vossa obediência, é ela
conhecida
de todos”). Nessas passagens, “todos” não pode ser tomado como
significando
a raça humana inteira. Similarmente, “todo o que” significa
“todos
aqueles que…”. Não significa todo o mundo. “Todo o que nele crê”
(João
3:16, RA) significa todos aqueles que crêem, ou “todos os crentes”.
2
Pedro 3:9 foi escrito como uma resposta a escarnecedores e para dar
conforto
com respeito à demora percebida do retorno de Cristo. O Senhor
não
tinha retornado, pois Deus é longânimo para “conosco”. Deus não é
longânimo
para com todo o mundo. Deus não quer que seu povo (“nós”, no
“conosco”)
pereça, e visto que a “longanimidade de Deus é salvação” (2 Pedro
3:15,
KJV)2,
todos aqueles a quem Deus é longânimo serão salvos.
Similarmente,
“todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo”
(Rm.
10:13) não significa que todo o mundo pode ou invocará o nome do
Senhor.
A Palavra de Deus ensina que os pecadores odeiam a Deus (Rm. 8:7)
e
não invocarão o seu nome. Isaías lamenta que “ninguém há que invoque o
teu
[i.e., de Deus] nome” (Is. 64:7) e Paulo escreve: “não há ninguém que
busque
a Deus” (Rm. 3:11). O fato de alguns invocarem a Deus é obra do
Espírito
de Deus, que graciosamente dá fé e arrependimento a alguns (Atos
11:18;
Ef. 2:8; Fp. 1:29), mas cega e endurece a outros (Js. 11:20; Mt. 11:25;
João
12:40; Rm. 9:18).
Via Monergismo
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