A Verdadeira Igreja, o corpo místico de Jesus, a comunidade dos salvos, é católica (universal), invisível, atemporal, completa [3] e perfeita [4] (Ef 1: 10, 22-23; Cl 1: 18). É parte do Reino do Senhor Jesus já, agora aqui na Terra – embora ainda não em sua plenitude [5] – e nos Céus (agora) espiritualmente. É a casa e a família de Deus, fora da qual não há possibilidade de salvação.
Nela, todos os eleitos pela graça, aqueles que pelo mundo inteiro professam (professaram e professarão) verdadeiramente Cristo como único Senhor e Salvador, estão conectados uns aos outros (e a ele – óbvio) e por ele são mantidos conectados. Essa Igreja não é o vínculo, nem instrumento do vínculo, mas é nela que esse vínculo fica evidente e é fortalecido (Ef 4;1 a 16).
Jesus ensina que seu rebanho é conhecido por um critério simples. Todo aquele que ouve a sua voz e o segue (Jo 10;27), é dessa comunidade do pacto, é parte desse rebanho (Igreja). Ou seja, é filhos de Deus, todo o que – pela misericórdia de Deus – simplesmente consegue entender que as palavras de Cristo (hoje preservadas no N.T.) são palavras de Deus e por tanto as obedece – quem não as obedece, na verdade, não as entendeu como palavras divinas, não sendo do povo santo.
Cristo reservou à (chamada) Igreja Visível o ministério, o conhecimento e as ordenanças de Deus, para que, em comunhão, haja o aperfeiçoamento dos santos (que são realmente a verdadeira Igreja de Cristo – chamada, também – Igreja Invisível) aqui e agora – e assim será por toda essa era (Ef 4:11 a 13)! Pela presença espiritual de Jesus e pela atuação direta de seu Espírito (Espírito Santo), essa Igreja é eficazmente capacita para isso, e ela é (presente) competente (eficiente) no cumprimento dessa atribuição exclusiva (Mt 28:18 a 20) na medida que, em suas faces locais, ela está mais próxima ou é mais fiel – mais obediente – às palavras de Cristo ditas nessa presença (de Cristo e do Espírito Santo) atual e atuante, no falar constante, contemporâneo, válido e relevante das – e nas – Escritura Sagradas.
Obviamente – ou melhor – biblicamente, não há mais continuidade nos oficio dos apóstolos (no que se refere à formação do Cânon), mas essa Igreja (Visível) é sim apostólica pelo menos em duas assertivas: na continuidade das práticas e doutrinas apostólicas das igrejas do Novo Testamento (Atos 2:42), e; na obediência ao chamado missionário do Senhor Jesus (Mc 16;16). E isso, invariavelmente acontecerá numa igreja local, não porque alguma dessas igrejas é a continuação de alguma das igrejas locais do tempo dos apóstolos ou porque em alguma delas há uma continuidade do oficio de Pedro [6]. Mas simplesmente porque foi assim que Deus quis!
Essa comunidade (grupo por afinidade, parentesco, ou causa denominacional), por ser parte da Igreja Invisível, sempre abençoará a sociedade em que está inserida, ela é voz profética para o mundo, sal e luz (Mt 5;13 a 14). Um instrumento de impacto e avivamento, que resgata vidas e fortalece o compromisso com Cristo e uns com os outros. É uma comunidade crescente, que caminha para a maturidade, onde cada crente é um adorador e juntos desenvolvem, pelo Espírito Santo falando nas Escrituras, o seu potencial, cumprindo o ministério dado por Cristo.
Assim podemos dizer que existem três níveis na Igreja: o intangível e espiritual (Igreja Invisível, católica atemporal, completa e perfeita); a Intangível atual (todos os verdadeiros cristãos enquanto vivem aqui – é também perfeita – chamada igreja visível) e a tangível visível (comunidades locais, organizadas ou não em denominação, federação, associação e etc.). São por erros no entendimento dessas variações (dimensões ou faces) que surgem heresias como o papado (romano ou sua variante ortodoxa), os bispados pós-pentecostais [7], as seitas sectaristas ou ainda denominações fundamentalistas [8] intransigentes que se julgam como única continuação da ‘Igreja original de Cristo’, afirmando sua que congregação local é a exata expressão (totalidade) da Igreja invisível.
* Pensei em um monte de palavras para compor o título deste post, mas depois de muito pensar percebi que o termo Igreja é bastante completo.
[1] Poderíamos dizer que seriam duas dispensações (ou pactos): das obras e da Graça, mas nada impede que vejamos dentro dessas duas dispensações básicas tantas outras dispensações. Entretanto, é preciso reafirmar que a salvação só acontece pela Graça, e essa está presente em todas as dispensações: seja no Edén (a arvore da vida), seja no conhecimento direto tanto de Adão como de seus filhos, em Enoque ou Noé, no patriarcado de Abraão, Isaque e Jacó, no cativeiro egípcio, na Lei mosaica, ou na era dos gentios (nossa era ou era da Igreja).
[2] Novamente insisto que leiam o artigo Israelense, Israelita, Judeus e Povo de Deus para evitar um eventual mal entendimento acerca desse povo.
[3] Total dos eleitos que já foram, dos que agora são e dos que ainda serão unidos a Cristo.
[4] Sendo por ele santificada através de seu sacrifício perfeito na cruz é (agora, já, no presente) a plenitude da perfeição do próprio Cristo.
[5] A Igreja Invisível tem sua dimensão temporal – a chamada ‘Igreja Visível’ – essa não goza agora da força plena do Senhor por pura misericórdia de Deus, que pacientemente suporta tamanha oposição por amor aos eleitos que ainda “acordarão” e se reunirão aos demais eleitos. Na plenitude do tempo (juízo final) essas dimensões (eterna e temporal) serão uma só; Deus reinará soberanamente aqui na natureza temporal que será mudada.
[6] Não que haja um oficio de Pedro especificamente em alguma outra comunidade.
[7] Termo ainda não usual para definir as igrejas (heréticas), ditas evangélicas que fugindo de um mínimo bíblico se encarapuçam em milagres para se afirmarem.
[8] Veja o artigo manifesto anti-fundamentalista.
Fonte: A Cruz on-line!
Via: Internautas Cristãos
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