A IGREJA PRIMITIVA
por: John Stott
“E perseveravam na doutrina dos
apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações. E em toda a alma
havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos. E todos os
que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum. E vendiam suas propriedades e
bens, e repartiam com todos, segundo cada um havia de mister. E, perseverando
unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam juntos com
alegria e singeleza de coração, louvando a Deus, e caindo na graça de todo o
povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de
salvar.” (Atos 2:42-47)
Nós os cristãos estamos unidos não só
por nosso compromisso com Jesus Cristo, como também por nosso compromisso com a
igreja de Jesus Cristo. Precisamos ter a mesma perspectiva da igreja que Jesus
tinha, e redescobrir a visão de uma igreja viva, renovada pelo Espírito Santo,
tal como foi nos seus primeiros tempos. O propósito de Deus não é salvar
indivíduos e perpetuar seu isolamento. Deus se propôs edificar a igreja, uma
comunidade nova e redimida. Planejou-a na eternidade passada, a está levando a
cabo no processo histórico do presente, e será aperfeiçoada na eternidade que
virá. A igreja esta no centro do plano de salvação. Cristo morreu não só para
nos redimir de toda iniqüidade, mas também para reunir e purificar para si
mesmo um povo entusiasmado pelas boas obras. Assim diz a Palavra:
“O qual se deu a si mesmo por nós
para nos remir de toda a iniqüidade, e purificar para si um povo seu especial,
zeloso de boas obras.” (Tito 2:14)
Na eternidade, Deus nos reunirá aos
redimidos por Cristo como um só povo, do qual o apóstolo João teve uma
antecipação extraordinária:
“Depois destas coisas olhei, e eis
aqui uma multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e
povos, e línguas, que estavam diante do trono, e perante o Cordeiro, trajando
vestes brancas e com palmas nas suas mãos; e clamavam com grande voz, dizendo:
Salvação ao nosso Deus, que está assentado no trono, e ao Cordeiro.”
(Apocalipse 7:9-10)
Neste livro tomaremos, como base para
nossa reflexão sobre a igreja, os capítulos da primeira carta de Paulo aos
Corintios. Antes, a título de introdução, daremos uma olhada na igreja
primitiva, como a descreve Lucas no livro de Atos.
Como é uma igreja viva?
É natural que para responder esta
pergunta, voltemos ao relato de Pentecostes no livro de Atos. É bom que sejamos
realistas na leitura. Costumamos ver a igreja primitiva com uma atitude
idealista, romântica. Nos maravilhamos com seu ímpeto evangelístico, seu
impacto transformador no mundo. Falamos dela com admiração, como se não tivesse
defeito; nos esquecemos as heresias, as hipocrisias, as rivalidades e
imoralidades que perturbavam a igreja primitiva tanto quanto a perturba hoje.
Contudo, existe algo evidente: essa igreja primitiva em Jerusalém foi
profundamente renovada pelo Espírito Santo. Qual era a evidência da presença e
do poder do Espírito Santo? Se pudermos responder esta pergunta, poderemos
também responder outra: Qual é a evidência da presença do Espírito Santo na
igreja de hoje? Lucas descreve quatro marcas de uma igreja cheia do Espírito.
Esses são traços que deveriam caracterizar a toda igreja aberta para a presença
e o poder do Espírito Santo.
Ensinamento apostólico
Esta primeira característica é
surpreendente e não muitas congregações a teriam em conta hoje. A igreja viva é
uma igreja que está aprendendo, uma comunidade que estuda. A primeira coisa que
Lucas disse sobre esta igreja renovada pelo Espírito é que ela perseverava na
doutrina dos apóstolos: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos” (Atos 2:42).
Poderíamos dizer que, no dia de
Pentecostes, o Espírito Santo abriu uma escada para a igreja. Os mestres da
escola eram os apóstolos, a quem Jesus tinha escolhido e treinado: e havia três
mil estudantes... na realidade, meninos do jardim de infância. Estes recém
nascidos para a fé, convertidos e cheios do Espírito Santo, não estavam
dedicados a desfrutar de uma experiência mística que os fizera se esquecer ou
de arrazoar sobre o que criam. Pelo comentário, perseveravam na doutrina dos
apóstolos e queriam aprender tudo o que fosse possível. Tinham fome da verdade
e queriam sentar-se aos pés dos apóstolos e absorver seus ensinamentos.
A plenitude do Espírito Santo é
incompatível com o antiintelectualismo. O Espírito de Deus é Espírito de
verdade. Esse foi um dos títulos que Jesus mesmo o deu ao Espírito. Se
quisermos estar cheios do Espírito, sua verdade será importante para nós.
Aqueles crentes primitivos não
pensaram que bastava para eles a presença do Espírito Santo em seu interior
para conhecer a verdade. Não deram por certo que, por haver recebido a
plenitude do Espírito Santo, este era o mestre que precisavam, e que poderiam
prescindir dos mestres humanos. Não foi assim na igreja primitiva. Os novos
crentes sabiam que Jesus havia nomeado aos apóstolos para que fossem mestres da
igreja, e procuravam aprender todo o possível e perseveravam na sua doutrina.
Como se aplica isto à igreja de hoje?
O que significa para nós perseverar na doutrina dos apóstolos, ser fiel em
conservar seus ensinamentos? Entendemos que já não há apóstolos na igreja. Pode
haver ministérios apostólicos, como os que realizam missões, os plantadores de
igreja, os líderes. Estas pessoas exercem ministério apostólico mas não podemos
os chamar apóstolos. Ninguém na igreja atual tem uma autoridade comparada a de
Paulo, Pedro ou qualquer dos apóstolos de Jesus Cristo. Eles tinham uma
autoridade única para ensinar em nome de Jesus e ninguém tem essa autoridade
hoje. Então, se não há apóstolos na igreja contemporânea, como nós podemos nos
submeter aos ensinamentos dos apóstolos? Seus ensinamentos chegaram até nós
pela Bíblia. O Novo Testamento é precisamente isso: os ensinamentos dos apóstolos.
Esta é a única classe de sucessão apostólica em que cremos, a continuidade da
doutrina apostólica por meio do Novo Testamento.
Uma igreja cheia do Espírito é uma
igreja bíblica, uma igreja neo-testamentária, uma igreja apostólica. Nela se
ensina as Escrituras. Os pais ensinam a Bíblia aos filhos. Os membros da igreja
lêem e refletem sobre as Escrituras todos os dias. O Espírito de Deus dirige o
seu povo a submeter-se à Palavra de Deus, e quando o faz, essa igreja se remova
com a presença do Espírito Santo.
Comunhão e ajuda mútua
A segunda marca de uma igreja viva
que descobrimos na leitura de Atos é o amor e o cuidado mútuo entre os crentes.
Se a primeira marca é o estudo, a segunda é a comunhão. A palavra comunhão que
utilizam algumas versões é a tradução de koinonía. Este termo descreve aquilo
que temos em comum, o que compartilhamos como crentes em Cristo. Isto se refere
a duas verdades complementares.
Em primeiro lugar, compartilhamos a
graça de Deus. O apóstolo João começa sua primeira carta com estas palavras:
“Nossa comunhão é com o Pai e com o Filho, Jesus Cristo...” Paulo fala da
comunhão que temos com o Espírito Santo. A comunhão autêntica é uma comunidade
trinitária. Nós os crentes participamos em comum no Pai, no Filho e no Espírito
Santo.
Há um segundo aspecto da koinonía.
Também temos em comum o que damos. Este é o aspecto que Lucas dá ênfase. Em
suas cartas, Paulo usa esta mesma palavra, koinonía, para referir-se a uma
oferta que estavam dando as igrejas. O adjetivo koinónico significa “generoso”
e, nesta passagem, Lucas descreve a generosidade dos cristãos primitivos:
“E todos os que criam estavam juntos,
e tinham tudo em comum. E vendiam suas propriedades e bens, e repartiam com
todos, segundo cada um havia de mister.” (Atos 2:44-45)
Esta passagem nos perturba.
Preferimos salta-la para evitar o desafio que ela encerra. Devemos imitar
literalmente estes crentes? Quis Jesus que todos seus seguidores vendessem suas
possessões e repartissem o que obtivessem delas? Sem dúvida, o Senhor chamou a
alguns de seus discípulos a uma pobreza voluntária total. Esse é o chamamento
que fez ao jovem rico, por exemplo. A ele, Jesus disse expressamente que
vendesse tudo e o desse aos pobres. Este foi também o chamado de Francisco de
Assis, na idade média, e provavelmente é o chamado de Madre Tereza, em Calcutá.
Eles nos recordam que a vida não consiste na abundância dos bens que possuímos.
Mas não todos os discípulos de Cristo são chamados a isso. A proibição da
propriedade privada é uma doutrina marxista, não cristã. Mesmo na igreja em
Jerusalém, a decisão de vender as propriedades e dar tudo foi uma questão
voluntária. Quando passamos para o versículo 46, lemos que os crentes se
reuniam “em suas casas”. Quer dizer, continuavam tendo casa e propriedades
pessoais. Pelo visto, não haviam vendido todas as casas, seus móveis e suas
propriedades! Contudo alguns tinham casas, e os crentes se reuniam nelas.
Não obstante, não devemos evadir do
desafio destes versículos. Alguns suspiram com alívio porque não sugeri que devemos
vender tudo e repartir-lo. Mas, mesmo que não seja nosso chamado particular,
todos fomos chamados a nos amarmos mutuamente como faziam aqueles cristãos.
O primeiro fruto do Espírito Santo é
o amor. Em particular, a igreja primitiva cuidava dos pobres, e compartilhava
com eles parte de suas possessões. Esta atitude deve caracterizar a igreja em
todos os tempos. A comunhão, a disposição de compartilhar, generosa e
voluntariamente, é um princípio permanente. A igreja deveria ser a primeira
entidade no mundo na qual se abolisse a pobreza. Conhecemos as estatísticas. O
número de gente que vive na miséria, sem cobrir as necessidades básicas para
sobreviver, é aproximadamente de um bilhão. A média dos que morrem de fome cada
dia é de dez mil pessoas. Como podemos viver com estas estatísticas? Nós
cristãos que vivemos em países mais ricos devemos ajustar nosso estilo de vida
e viver com mais simplicidade. Não porque cremos que isto vai solucionar os
problemas macroeconômicos do mundo, senão por solidariedade com os pobres. Uma
igreja cheia do Espírito é uma igreja generosa. A generosidade tem sido sempre
uma característica do povo cristão porque nosso Deus é um Deus generoso. Por
isso, outra palavra que expressa a atitude de generosidade é a palavra “graça”.
Se Ele da tudo de graça, se nosso Pai é generoso, Seus filhos também devem ser
generosos.
Adoração prazerosa e reverencia
Os primeiros cristãos não eram só
fieis em conservar os ensinamentos dos apóstolos na comunhão uns com os outros.
Também se reuniam uns com os outros. Também se reuniam e participavam juntos
“no partir do pão, e nas orações” (Atos 2:42).
“E, perseverando unânimes todos os
dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza
de coração” (Atos 2:46)
O partir o pão se refere, sem dúvida,
a Ceia do Senhor. Provavelmente, além dos símbolos do corpo e do sangue de
Cristo na igreja primitiva havia também uma ceia compartilhada, um ágape. As
orações que se mencionam aqui não são as orações privadas mas sim as reuniões de
oração.
Existem dois aspectos da vida de
adoração da igreja primitiva que são desejáveis em uma igreja renovada. Aqueles
cristãos mostravam equilíbrio nos dois sentidos. Por um lado a adoração era
formal e informal. Isso deduzimos do versículo 46, onde nos é dito que adoravam
nas casas e no templo. É interessante que os primeiros cristãos continuaram
adorando no templo. Não abandonaram de imediato a igreja institucional; queriam
reforma-la de acordo com o evangelho. Seguramente não participavam dos sacrifícios
do templo, porque entendiam que os sacrifícios já haviam sido cumpridos
definitivamente com a morte e ressurreição de Cristo. No entanto, continuaram
participando das reuniões de oração no templo. Estas reuniões tinham certa
formalidade, mas os cristãos as suplementavam com reuniões mais informais e
espontâneas nos lares.
Creio que aqui há uma lição
importante para a igreja contemporânea. Algumas igrejas são demasiadas
conservadoras. Resistem a mudanças, parecem feitas de cimento; seu lema parece
ser a expressão litúrgica, ‘para sempre, pelos séculos dos séculos, amém...’
Nesse tipo de congregação os adultos precisam escutar os jovens, e estes
deveriam estar representados na direção da igreja. Não é necessário que
estejamos sempre de acordo com eles, porém devemos escutá-los com respeito. Os
jovens, por sua vez, entenderam que a maneira com que Deus transforma a igreja
institucional é mais pela reforma paciente do que pela revolução violenta.
Não precisamos nos opor ao formal
através do informal; cada um é apropriado no seu momento. Precisamos os
serviços dignos e solenes no templo, mas também precisamos nos encontrar nos
lares, onde podemos ser mais informais e espontâneos. A adoração se enriquece
tanto com a dignidade como com a espontaneidade.
Um segundo aspecto do equilíbrio que
guardava a adoração na igreja primitiva era sua atitude de gozo e ao mesmo
tempo reverente. A palavra que traduz “alegria” no versículo 46 descreve gozo
exuberante. Deus havia enviado seu Filho ao mundo, agora havia derramado Seu
Espírito em seus corações... Como não iram estar alegres! O fruto do Espírito
Santo é amor, e também é alegria.
Podemos imaginar naqueles crentes um
gozo muito menos inibido do que as tradições costumam nos permitir. Algumas
reuniões de adoração parecem mais funerais. Todos estão vestidos de preto,
ninguém sorri, ninguém diz nada, tocam-se hinos com muita lentidão e toda
atmosfera é lúgubre. Por que? Alegremos-nos no Senhor! Cada reunião deve ser
uma celebração alegre.
Contudo, a adoração da igreja primitiva
também se caracterizava pela reverência. Seus cultos não eram irreverentes. Se
em algumas reuniões o ambiente é funerário, em outros é demasiado leviano. Não
refletem a presença solene e soberana de Deus. Os primeiros cristãos não
conheciam esse erro. Quando o Espírito Santo renova a igreja, a enche de
alegria e também de reverência ante Deus.
Evangelização contínua
Finalmente uma igreja viva é uma
igreja evangelizadora. Até aqui, temos considerado no estudo, a comunhão e a
adoração. Lucas nos diz que a igreja era fiel e perseverava nas coisas. Esses
eram os feitos característicos da igreja, cheia do Espírito Santo desde o dia
de Pentecostes: aprendiam dos apóstolos, ajudavam uns aos outros, adoravam a
Deus. Se a passagem terminasse aqui, esta seria uma igreja incompleta. Não há
referência sobre o mundo, sua necessidades, sua alienação de Deus. Sempre é um
risco tomar um versículo isolado. Atos 2:42 é um versículo favorito e clássico
e se tem feito muitas mensagens e discursos sobre esta passagem. No entanto, se
somente se faz referência ao versículo 42, todas essas mensagem ficam
desequilibradas. Não há ali uma descrição completa e harmônica da igreja. Não
poderíamos pensar em uma igreja como uma comunidade ocupada unicamente de si
mesma, como se tivessem abandonado o mundo necessitado que está do lado de
fora. Somente quando chegamos ao final da passagem se completa a perspectiva:
“E todos os dias acrescentava o
Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar”. (Atos 2:47)
Nesta breve referência podemos aprender
alguns pontos sobre a evangelização. O primeiro é que o Senhor mesmo
acrescentava os que haviam de ser salvos. O Senhor Jesus inclui cada dia novos
crentes à igreja. Certamente, Jesus Cristo delega aos ministros e líderes da
igreja a tarefa de admitir aos novos membros da igreja mediante o batismo.
Porém somente Ele pode os admitir na igreja invisível, quando se arrependem e
confiam em Jesus como Salvador e Senhor.
O ensinamento, o testemunho diário
dos membros da igreja e sua vida de amor aos demais, são os meios que Deus usa
para fazer chegar Sua mensagem ao mundo. Porém quem salva e incorpora novos
membros a Sua igreja é Jesus Cristo.
Vivemos em uma época que confia muito
no ativismo e na tecnologia. Sem dúvida, há de se fazer uso de toda tecnologia
que o Senhor tem nos dado. Porém temos que humilhar-nos diante de Deus e
reconhecer que somente Cristo pode abrir os olhos dos cegos, destapar os
ouvidos dos surdos e dar vida às almas mortas. A igreja hoje necessita ser mais
humilde.
Um segundo ponto sobre a
evangelização é que Jesus fazia duas coisas, e estas devem sempre estar juntas.
Acrescentava cada dia à igreja os que iam ser salvos, quer dizer, não os
acrescentava sem serem salvos nem os salvava sem os acrescentar a igreja.
Salvação e pertencer à igreja são dois atos que vão juntos.
Em terceiro lugar, Jesus fazia isto
cada dia. O Senhor fazia crescer dia a dia a comunidade. A evangelização não é
um assunto ocasional, deve ser algo contínuo. Quando a igreja esta cheia do
Espírito Santo, se abre ao mundo necessitado de Deus e então as pessoas podem
ser acrescentadas cada dia à igreja. Existem congregações que não têm tido um
novo convertido nos últimos dez anos; e se chegassem a ter um, não saberiam o
que fazer com ele, tão extraordinário é o fenômeno! Cultivemos a expectativa de
que o Senhor acrescente diariamente novos membros à igreja.
Relações renovadas
Os quatro sinais da igreja , que
vemos na igreja primitiva, todas têm a ver com nossas relações.
O primeiro que se menciona é a
relação com os apóstolos. Os cristãos se dedicavam a receber e conservar os
ensinamentos dos apóstolos. Também estavam relacionados entre si: perseveravam
na comunhão, se amavam uns aos outros, se cuidavam mutuamente. Certamente, se
relacionavam com Deus. O adoravam no templo e nas casas, formal e
informalmente, com alegria e com reverência. Finalmente os primeiros cristãos
estavam relacionados com o mundo fora da igreja, e por isso cada dia chegava
mais pessoas que recebiam o evangelho de Jesus Cristo.
Faz um tempo, escutei um grupo de
jovens que havia visitado todas as igrejas da cidade mas não tinham encontrado
nenhuma que realmente lhes satisfizesse. Deixaram de buscar e se denominaram a
si mesmos de “cristãos desligados”.
Quando perguntei o que tinham estado
procurando, o que entendiam que deveria ser a igreja, mencionaram quatro
pontos. Aqueles jovens não tinham ideia de que estas qualidades estavam
escritas no livro de Atos; disseram que estavam buscando uma igreja que tivesse
pregação bíblica, onde a Palavra fosse exposta e que tivesse aplicação prática.
Em segundo lugar, buscavam uma igreja
que tivesse comunhão real, onde os membros se cuidassem mutuamente e se
apoiassem. Em terceiro lugar, buscavam uma igreja que adorasse, na qual fosse
uma realidade a presença de Deus. Em quarto lugar, estavam buscando uma igreja
que tivesse um ministério para o mundo.
O que aqueles jovens buscavam, como
tantos outros, era nada menos que uma igreja viva, verdadeiramente renovada,
uma igreja que mostrasse exatamente as quatro características que vimos que a
igreja primitiva tinha.
O Espírito Santo veio em Pentecostes
e Ele não deixou a igreja. Nossa responsabilidade não é esperar que o Espírito
Santo volte, mas antes reconhecer Sua soberania na igreja. Devemos nos humilhar
ante Ele, buscar sua plenitude, sua direção e Seu poder. Quando isso ocorrer,
nossa igreja se aproximará a esse maravilhoso ideal que nos apresenta o livro
de Atos: o ensinamento apostólico, a comunhão uns com os outros, a adoração
viva, e a evangelização continua.
Oremos por nossas
igrejas, para que se renovem e cumpram o propósito para o qual Cristo fundou
Sua igreja.
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