sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Pare de convidar Jesus para entrar no seu coração

coração linkSe existe um recorde mundial para o “número de vezes que convidaram Jesus para entrar no seu coração”, eu tenho certeza que eu o obteria. Eu provavelmente orei a “oração de convite” mas de 5 mil vezes. Em todas eu fui sincero, mas nunca convicto de ter feito certo. Eu estava realmente arrependido do meu pecado o suficiente esse tempo? Alguns derramam rios de lágrimas quando eles são salvos, mas eu não. Eu estava realmente arrependido? Aquele momento de oração foi de total rendição? Eu realmente “obtive” graça?
Então eu oraria a “oração do pecador” novamente. E de novo. E de novo. E talvez fosse batizado novamente. Todo acampamento, todo Encontro com Deus.
Eu costumava pensar que estava sozinho nisso, que eu era somente um neurótico excêntrico. Mas quando comecei a falar sobre isso, eu me deparei com uma grande quantidade de pessoas me dizendo que tiveram a mesma experiência que conclui que era um problema de pequena escala. Incontáveis pessoas em nossas igrejas hoje são realmente salvas, mas elas aparentam não obter qualquer segurança na sua salvação.
O oposto também é o caso. Por causa de uma oração infantil, milhares de pessoas estão absolutamente certas da salvação que não possuem.
Ambos os problemas são exacerbados pelo cliché, e a eventual forma desleixada que apresentamos o Evangelho de forma abreviada. Que é bom enquanto todos perceberem ao que se refere a forma abreviada. É obvio, entretanto, que no caso da “oração do pecador”, a maioria das pessoas não percebem mais. Pesquisas apontam que mais de 50% das pessoas nos EUA fizeram a oração e pensam que estão indo para o céu por causa dela, ainda que não haja diferença detectável no seu modo de viver fora da igreja.
Sobre esse assunto – o mais importante na terra – nós temos de ser absolutamente claros. Eu acredito que é tempo de colocar a forma abreviada de lado. Precisamos pregar salvação através do arrependimento diante de Deus e fé na obra definitiva de Cristo.
Isso não significa que paremos de pressionar por uma decisão quando pregarmos o Evangelho. O melhor evangelista reformado na história – assim como George Withefield, Spurgeon e John Bunyan – pressionou urgentemente por uma decisão imediata e até mesmo instou os ouvintes a orarem juntamente com ele. Cada vez que o Evangelho é pregado, o convite tem de ser espalhado e uma deveria haver uma chamada à decisão (Mt. 11:28Jo 1:12Ap. 22:17). De fato, se não instarmos ao ouvinte a responder à oferta de Deus em Cristo, nós não pregamos o Evangelho totalmente.
Além disso, arrependimento e fé em Cristo são eles próprio um clamor a Deus por salvação. O oração do pecador não é errada em si – afinal de contas, salvação é essencialmente um clamor por misericórdia de Deus: “Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador (Lc 18:13)!” Nas Escrituras, aqueles que invocam o nome de Deus serão salvos. Eu não sou até mesmo categoricamente oposto à linguagem de pedir para Jesus entrar no seu coração, porque – se entendido corretamente – é um conceito bíblico (Rom. 8:9–11Gal. 2:20Ef. 3:17).
Para muitos, entretanto, a oração do pecado tem se transformado em um ritual protestante, eles vão em frente sem considerar o que o pregador está supostamente encarnando. Deus não dá salvação em resposta de meras palavras; fé é o instrumento que se apodera da salvação. Você pode expressar fé numa oração, mas é possível se arrepender e crer sem uma oração formal, e é possível fazer a oração do pecador sem se arrepender e crer.
Isso finalmente estalou para mim quando, quase em desespero, eu li o comentário de Romanos de Martinho Lutero. Lutero aponta que salvação vem pelo descansar nos fatos que Deus revelou na morte de Cristo. Assim como Abraão foi contado como justo quando creu que Deus cumpriria sua promessa, nós somos salvos por acreditar que Ele tem cumprido isso em Cristo.
O Evangelho é a declaração que Jesus é Senhor e deu um fim aos nossos pecados. Somos salvos ao nos submeter a essas duas verdades. Conversão é uma postura que tomamos em direção às declarações que a Escritura faz sobre Jesus. O ponto não é como nos sintamos ou que dissemos no momento da conversão; o ponto é a nossa postura no agora.
Pensar em conversão como o sentar numa cadeira. Se você está sentado agora, houve um tempo que você transferiu o peso do seu corpo das suas pernas para a cadeira. Vocês podem não se lembrar de terem feito a decisão, mas o fato de que estão sentados agora prova que você fez. Sua decisão foi necessária, mas quando tentado discernir onde sua postura física está – pernas ou cadeira – a postura presente é prova melhor do que memória passada.
Isso significa que cristãos que se afastaram de Cristo não são salvos? Não, crentes podem se afastar. Tecnicamente, toda vez que você peca, você está se afastando. Como crente, você irá lutar contra pecados internos o resto da vida. Você cairá eventualmente, e algumas vezes será uma queda dura.
Mas cada vez que você cair, você se levanta novamente, olhando para a recompensa dos Céu. Uma pessoa no meio de um distanciamento pode ser salva, mas segurança é posse somente daqueles que tem a presente postura de arrependimento e fé (Hb 6:9-10).

Por último, o mundo é dividido em duas categorias: alguns estão de pé em rebelião contra o senhorio de Cristo, apoiando na esperança de sua justiça própria para merecer o favor de Deus; outros estão sentados em submissão, descansando no Seu trabalho final. Então, quando se fala de segurança, a única questão real é: Onde descansa o peso da sua alma? Você está de pé em rebelião, ou se sentou na obra consumada de Cristo?

Via Vidadegraça

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